Radiomics: uma ferramenta promissora para extrair características quantitativas de tumores de forma não invasiva

Abr 28, 2022

A análise histopatológica é a ferramenta padrão de ouro no diagnóstico do câncer. A maneira mais comum de realizar esta análise consiste na extração de amostras de tecidos para examiná-la mais de perto sob o microscópio. Normalmente, as amostras de tecido são extraídas por biópsia com agulha ou por cirurgia. Entretanto, este procedimento geralmente é doloroso, arriscado e uma tarefa demorada. Além disso, em alguns casos, a extração de tecidos pode ser insuficiente e a extração deve ser repetida. Por outro lado, como parte do diagnóstico de câncer, o exame radiológico é realizado para conhecer a localização, tamanho e forma das massas ou tumores suspeitos. As imagens radiológicas podem capturar informações de todo o tumor, por exemplo, tamanho, forma, localização ou mesmo heterogeneidade do tecido, enquanto que as imagens histopatológicas podem capturar informações locais do tecido tumoral. Embora a análise histológica e radiológica comporte a base do diagnóstico do câncer, o prognóstico, tratamento e acompanhamento da doença são impulsionados por uma avaliação separada que é complementar no melhor caso.

 

Nos últimos anos, as ferramentas de diagnóstico assistido por computador (CAD) podem monitorar a progressão das doenças oncológicas e sua resposta à terapia tornando-se uma ferramenta de auxílio para apoiar decisões clínicas. A radiômica é uma abordagem recente e promissora que é considerada parte das ferramentas CAD. Ela visa extrair características quantitativas de imagens médicas, especificamente imagens radiológicas, usando uma combinação de análise estatística e métodos de aprendizado de máquina. Essas características, chamadas de radiômicas, têm o potencial de descobrir características de doenças que são difíceis de identificar para o olho humano. Além disso, a extração e análise de características quantitativas de diferentes imagens radiológicas, tais como ressonância magnética (RM), ou tomografia computadorizada (TC) combinada com modelos estatísticos descritivos ou preditivos, tem o potencial de descobrir biomarcadores não invasivos para apoiar e melhorar as decisões clínicas.

Recentemente, a radiômica ganhou atenção, na prática médica, especificamente na oncologia, pois poderia fornecer informações quantitativas do fenótipo tumoral, analisando a relação e distribuição de pixels em imagens 2D ou voxels em volumes 3D em imagens radiológicas. Portanto, a extração de características radiômicas do tumor em imagens radiológicas poderia ser considerada como uma espécie de “biópsia digital” que poderia reduzir o tempo do procedimento e os custos associados à atenção do paciente, de modo a extrair uma amostra significativa do tecido. Entretanto, a radiômica enfrenta alguns desafios antes de ser usada na prática clínica. Estes desafios incluem a sensibilidade às variações nos parâmetros de aquisição e reconstrução da imagem, a reprodutibilidade das características quantitativas e a explicabilidade dos modelos, e outras coisas. Entretanto, a radiômica tem o potencial de permitir um tratamento personalizado para pacientes com câncer.

 

Fontes:

 

Alvaro Andres Sandino

Data Scientist, IMEXHS

Sra. C Engenheira biomédica

Universidad Nacional de Colombia

Cientista de dados

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